quinta-feira, 10 de maio de 2018

Magé a Sapucaia

Companhia da Estrada Magé a Sapucaia
1836 - 1879

Histórico

O crescimento da produção cafeeira no norte da Província do Rio de Janeiro, a partir da década de 1830, tornou viável a implantação de uma estrada carroçável, com pedágios, entre a Côrte e a localidade de Sapucaia.

Em 1836, pela Lei nº 36 de 6 de maio, o Governo Provincial é autorizado a contratar Francisco Leite Ribeiro para abertura de uma estrada entre Magé e o Rio Parahyba, nas proximidades do local denominado Mar de Hespanha, para o tráfego de carros e seges, devendo ser construída em até 8 anos após a assinatura do contrato, lavrado no dia 20 de junho de 1836.

Em 1841, é concluída a construção da primeira ponte de madeira sobre o Rio Parahyba do Sul, entre Sapucaia e Mar de Hespanha.

Em 1846 é aberta a barreira (pedágio) do Soberbo. Pelo contrato a companhia só poderia abrir dois pedágios, um na serra do Couto e outro onde bem entendesse.

Entre 1854 e 1857 pela localidade de Sapucaia, foram exportadas 7,3 toneladas de café, chegando a utilizar 28.573 muares para o seu transporte através da Estrada Magé a Sapucaia. 

Entre 1854 e 1857, com recursos da Companhia, é construída a ponte pênsil sobre o Rio Parahyba do Sul, depois de duas pontes de madeira terem sido destruídas pelas cheias do rio. 

Ponte pênsil de Sapucaia em 1922

No dia 6 de setembro de 1854, os acionistas da Companhia da Estrada de Magé a Sapucaia, decidem aumentar o capital da empresa para implantar uma linha de navegação a vapor entre a corte e a Villa de Magé, e uma ferrovia de tração animal, ou outro meio de transporte econômico, entre Magé e a raiz da serra de Therezopolis.

No dia primeiro de setembro de 1855, a Viação União Theresopolina  inaugura o serviço de diligências entre o Porto de Piedade e a Barreira do Soberbo, pela estrada da Companhia Magé a Sapucaia, com os seguintes preços de passagens:

Piedade a Mgé Rs. 2$000
Piedade ao Jacú Rs. 3$000
Piedade ao Freixal         Rs. 4$000
Piedade à Barreira         Rs. 5$000

A Viação Theresopolina foi organizada pela firma Dias Coelho & Ramos. As diligências partiam do porto de Piedade todos os dias que aportavam vapores provenientes da Côrte. 

Em 1857 as diligências partiam da Piedade 15 minutos após a chegada da barca, nas terças, quintas e sábados, e da Barreira do Soberbo às 10 horas da manhã, nas segundas, quartas e sextas-feiras. 

Em 1858, com fundos do pedágio, a companhia já havia aberto 35 léguas de estradas em serras e matas virgens, além de diversas pontes, entre as quais a ponte pênsil da Sapucaia sobre o Rio Parahyba do Sul.

Em 1858 a Viação Theresopolina, já sob o controle da firma Oliveira & Ramos, com frota de 6 carros de carga, realizava o transporte de café entre seu armazém no Soberbo e Magé.

No dia 20 de janeiro de 1871, é inaugurada a estação de Sapucaia, do Ramal de Porto Novo, da Estrada de Ferro Dom Pedro II, transferindo os fretes da produção cafeeira para a ferrovia, inviabilizando a existência da Companhia da Estrada Magé a Sapucaia.

No dia 18 de junho de 1879, em função do estado de abandono da Estrada Magé a Sapucaia, o Governo da Província rescinde o contrato e encampa a Companhia da Estrada Magé a Sapucaia.

Em função de falta de manutenção, a ponte pênsil ruiu no dia 10 de agosto de 1964.


REFERÊNCIAS:

Novo e Completo Índice Chronologico da Historia do Brasil (RJ). 1842 a 1889. 

Parte Official, Provincia do Rio de Janeiro, Lei nº 389. Diário do Rio de Janeiro. 1846, julho, 4. Página 1.

Viação Theresopolina. Almanak Administrativo. Mercantil e Industrial da Corte e Provincia do Rio de Janeiro para o anno de 1856.

Página lançada em 10 de maio de 2018