terça-feira, 7 de abril de 2015

Governo do RJ sugere privatização do Arco Metropolitano e outras duas rodovias

07/04/2015 - O Globo

RIO — O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, vai entregar ao governo federal, nesta quarta-feira, um pacote de sugestões prevendo a concessão à iniciativa privada de três rodovias: Arco Metropolitano (que liga Manilha ao Porto de Itaguaí), BR-101 Sul (no trecho Itacuruçá-Angra), e BR-456 (antiga Rio-São Paulo), que passariam a ter pedágio.

O objetivo é desatar antigos gargalos e garantir a aplicação de mais investimentos nessas vias, hoje administradas pela União. Osorio acredita que, caso a proposta seja levada adiante, há possibilidade de inserir os trechos num pacote único de exploração e concluir o processo ainda este ano.

— Queremos sair na frente com essas concessões. A julgar pela situação econômica do país, não vamos conseguir tirar do papel investimentos importantes sem a iniciativa privada. Mesmo sem o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio, em Itaboraí) a pleno vapor, temos uma demanda pesada no trecho Magé-Manilha do Arco Metropolitano. Outros gargalos são a antiga Rio-São Paulo, que pode ser uma alternativa importante para quem vai da Zona Oeste do Rio para cidades do Médio Paraíba, e os túneis de Mangaratiba da Rio-Santos, que estão totalmente saturados — detalhou o secretário.

Osorio vai se reunir com o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, e do Planejamento, Nelson Barbosa. No encontro, ele pedirá a inclusão dos trechos no Programa de Concessão de Rodovias Federais, coordenado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

DUPLICAÇÃO PARADA

Embora tenha sido construído em parte com recursos estaduais, o Arco Metropolitano, de 145 km, é uma rodovia federal. A duplicação do trecho Magé-Manilha, de cerca de 30km, não caminhou desde a sua inclusão no PAC 2, de 2008.

— Essa questão ainda está no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e há inegáveis dificuldade de aporte de dinheiro e velocidade nas obras. A ideia é que uma concessionária cuide não apenas desse importante trecho, mas do Arco como um todo — disse Osorio.

Ainda segundo o secretário, o Arco Metropolitano acabou provocando um trânsito muito mais intenso na Rio-Santos, que agora precisa ser redimensionada.

— Moradores de municípios da Baixada Fluminense, como Queimados e Japeri, passaram a frequentar mais praias de Muriqui e Mangaratiba. Com isso, tivemos um fluxo muito maior de carros em direção à Costa Verde. A duplicação é importante — destaca.

Osorio defende que as concessões possam ocorrer de uma só vez, acelerando processos:

— (As obras) Podem ser licitadas em bloco ou individualmente. Em bloco, teríamos uma alternativa inteligente, já que não há competição entre as estradas. O operador seria responsável pelo sistema. Os pedágios serão detalhados no projeto. A nossa ideia é tentar concluir o processo ainda em 2014, pra que a assinatura de contrato seja em 2016.

Sobre a Linha 3 do metrô, entre Niterói a São Gonçalo, o secretário disse que duas propostas serão analisadas pelo governo Dilma: a instalação de um monotrilho que acompanhará o traçado da Niterói-Manilha, a um custo de R$ 3,9 bilhões, ou um sistema duplo de BRTs, pela mesma rodovia e também pela RJ-104, a um custo de R$ 1,7 bilhão.